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Setembro Amarelo – Prevenção ao Suicídio

Por Douglas Brito
Setembro Amarelo

O dia 10 de setembro é marcado como o Dia Internacional da Prevenção do Suicídio. Além da data, todos os meses de setembro é utilizado como uma época de conscientização sobre o tema ao redor do mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser evitados, e um dos principais meios de prevenção é o diálogo. Devido ao medo, preconceito e até desconhecimento sobre o assunto, o suicídio é um mal silencioso, em que, na maioria das vezes, a pessoa não deixa transparecer comportamentos com tendência suicida.

Claro que o ideal é buscar um profissional para o tratamento da pessoa que apresenta esses problemas, mas, como a resistência pela procura de auxílio é comum, a ajuda de quem convive com elas pode fazer a diferença.

O suicídio é o resultado de uma convergência de fatores de risco genéticos, psicológicos, sociais e culturais e outros, às vezes combinados com experiências de trauma e perda. Pessoas que tiram a própria vida representam um grupo heterogêneo, com influências causais únicas, complexas e multifacetadas que precedem seu ato final. Essa heterogeneidade apresenta desafios para os especialistas em prevenção de suicídio. Esses desafios podem ser superados pela adoção de uma abordagem multinível para a sua prevenção.

Todos os anos, o suicídio aparece entre as 20 principais causas de morte em todo o mundo para pessoas de todas as idades. Cada vida perdida representa um parceiro, filho, pai, mãe, amigo ou colega de alguém. Para cada suicídio, aproximadamente 135 pessoas sofrem intenso luto ou são afetadas de outra forma. Isso equivale a 108 milhões de pessoas por ano que são profundamente afetadas pelo comportamento suicida. O comportamento suicida inclui suicídio e também engloba ideação suicida e tentativas de suicídio. Para cada suicídio, 25 pessoas fazem uma tentativa de suicídio e muitas outras têm pensamentos sérios de suicídio.

A prevenção do suicídio requer o esforço de todos: família, amigos, colegas de trabalho, membros da comunidade, educadores, líderes religiosos, profissionais de saúde, funcionários políticos e governos e requer estratégias integrativas que englobem o trabalho no nível individual, de sistemas e da comunidade.

Pesquisas sugerem que os esforços de prevenção do suicídio serão muito mais eficazes se abrangerem vários níveis e incorporarem várias intervenções. Isso requer intervenções nas comunidades e envolvem reformas sociais e políticas. Para alcançar o objetivo comum de prevenção do comportamento suicida, organizações, legisladores e membros da sociedade devem trabalhar de forma colaborativa e coordenada, utilizando uma abordagem multidisciplinar.

No Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. Cerca de 96,8% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias. Com esses números, o suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo.

Sinais de alerta do suicídio:

  • desesperança;
  • raiva, descontrole, desejo de vingança;
  • agir de forma imprudente ou se envolver em atividades de risco, aparentemente sem pensar;
  • sentir-se preso, como se não houvesse saída;
  • aumento do uso de álcool ou drogas;
  • afastar-se de amigos, família e sociedade;
  • ansiedade, agitação, incapacidade de dormir ou dormir o tempo todo;
  • mudanças drásticas de humor;
  • alguém ameaçando se machucar ou se matar ou falando em querer morrer;
  • alguém procurando maneiras de se matar, em busca de armas ou outros itens letais;
  • alguém falando ou escrevendo sobre morte ou suicídio.

É possível aumentar a conscientização sobre o problema do suicídio com ferramentas fáceis para ajudar a si mesmo e aos outros.

Conheça as cinco etapas que podem salvar vidas:
  • Saiba reconhecer os sinais;
  • Saiba como ajudar;
  • Faça do bem-estar mental uma prioridade em sua vida;
  • Saiba que existe ajuda e que a recuperação é possível;
  • Dissemine esses cinco passos para outras cinco pessoas!

PERGUNTE se a pessoa está pensando em suicídio. OUÇA sem julgar. Deixe a pessoa falar sem interrupção e faça com que ela se sinta ouvida. RESPONDA com gentileza e cuidado. Leve a pessoa a sério. ACOMPANHE a pessoa e ofereça apoio na transição da crise para a recuperação (Tente acompanhá-la nas primeiras 24-48 horas após uma crise).

Fontes:
International Association for Suicide Prevention (IASP)
Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir: cartilha com dicas para profissionais de saúde e população
Organização Panamericana de Saúde
Rádio Senado
Take 5 to Save Lives

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